sábado, 24 de setembro de 2011

Como se estabelece a relação entre língua e sociedade? - Questão da matéria Português para Comunicação 2 - 2º período.

Ao falar em língua e sociedade, nota-se de antemão a união das duas como partes de um corpo. Não obstante a essa ligação, vê-las somente como partes de um corpo que apenas existem, mas não funcionam é incorrer no erro absurdo de que a língua não tem valor. Há intrínsecos nessa ligação os processos comunicacionais.

Se tomar como ponto de partida radical e comum o significado da língua, não é errado o que nos explica a biologia - de que ela é um órgão muscular relacionado ao paladar, localizada na boca e que desempenha um papel importante na ação de emitir sons. E isso é comum ao homem e ao animal. Mas ao se debruçar com os estudos da linguagem, o significado anatômico da língua já não tem o mesmo efeito, não vigora. Pois a língua, agora, vai além da sua capacidade de produzir sons. Ela age na sociedade: parte da ideia de um órgão muscular para ser um órgão social.

A língua só existe por uma razão evidente: porque existem seres humanos que a falem. E para entender como se dá a ação da língua na sociedade é preciso ter como pressuposto o que Aristóteles analisa, que o ser humano "é um animal político". A política ultrapassa a acepção constituída pelo senso comum, inclusive para quebrar a ideia de que a política é só voltada aos cargos ocupados por políticos de determinados partidos, ela tem uma de várias concepções de que: os seres humanos são destinados à vida de modo igual na comunidade organizacional em que vivem. Há uma justificação gritante e primordial para identificar o homem como um animal político e não só como um animal: a sua capacidade de pensar , logo, de transformar a natureza (e produzir riquezas). De acordo com os pontos de que o homem é um animal político capaz de pensar, transformar a natureza e se relacionar ante os processos comunicacionais, que existem por meio da língua, então, ter por assunto a língua é tocar no fator não só existencial, mas também político.

As práticas comunicativas estão vinculadas aos espaços sociais, que o homem e a mulher habitam ou frequentam. É possível dizer que as diversas estruturas sociais implicam na formação da língua ou no seu comportamento, nesse caso, os papeis sociais produzem consequências na língua. Pelo estudo sociolinguístico pode-se considerar a análise das variações linguísticas que se dão no interior de um grupo segundo as posições e funções das pessoas desse grupo, ou seja, são aspectos extralinguísticos fundamentais para compreender "como se estabelece a relação entre língua e sociedade".

Fica evidente que a maneira de viver da qual o ser humano é exposta compromete o modo como o ser humano fala e gera variações ao empregar uma mesma linguagem. Diante desses elementos surge o contexto social onde o indivíduo descobre e aprende sua posição social, com isso ele assume uma identidade cultural no meio. Os processos comunicacionais se encarregam de guiar, isto é, mostrar como se diz algo, em qual momento se fala, etc. reforçando sua identidade cultural.